ALINHANDO SUSTENTABILIDADE E GOVERNANÇA: O CAMINHO PARA O AUMENTO DOS INVESTIMENTOS CORPORATIVOS ATRAVÉS DE PRÁTICAS DE ESG

ALINHANDO SUSTENTABILIDADE E GOVERNANÇA: O CAMINHO PARA O AUMENTO DOS INVESTIMENTOS CORPORATIVOS ATRAVÉS DE PRÁTICAS DE ESG

Não é nenhuma novidade que o mundo mudou. Com isso, o contexto das empresas, seu crescimento e níveis e formas de investimentos também vêm se alterando. 

É certo que, recentemente, algumas empresas passaram a captar investimentos de forma muito mais facilitada do que outras. Mas, qual é a razão dessa facilidade? Quais são as opções possíveis para se aumentar os níveis de investimentos da sua empresa?

Atualmente, muito tem se falado do investimento sustentável, um novo olhar dos investidores acerca das empresas para as quais vão voltar seus fundos e investimentos. Essa alteração se dá com base na compreensão da responsabilidade ampla das empresas dentro da sociedade, que vai além do oferecimento de um produto ou serviço e engloba também aspectos voltados ao meio ambiente e ao setor social. 

Dessa forma, para entender quais são os fatores que podem contribuir para o aumento no volume de investimentos de uma empresa, hoje, é necessário considerar mais do que sua capacidade de lucros e crescimento, compreendendo também sua capacidade de colaboração para que a sociedade tenha um desenvolvimento sustentável. 

Em um primeiro momento, tais circunstâncias podem parecer inatingíveis, especialmente para empresas que possuem objeto social voltado a tecnologias específicas, que nenhuma relação possuem com os efeitos do clima, água potável e moradia digna, por exemplo. Contudo, é necessário pontuar que tais critérios têm sido utilizados para todas as empresas, independentemente do ramo de atuação e tamanho.

Isso ocorre porque, de acordo com um levantamento feito pela Morningstar em 2019, empresa líder no fornecimento de pesquisa independente de investimentos, atualmente, o mercado financeiro está voltado à preocupação social, ambiental e responsabilidade das empresas, o que o leva a ter maior inclinação a questionar de quais formas o dinheiro investido está sendo utilizado e se esta utilização está de acordo com as pautas sensíveis. 

Nesse sentido, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) conduziu um estudo que revelou um notável aumento de 74% no número de fundos de ações dedicados à temática de sustentabilidade e governança corporativa entre 2008 e março de 2022. Enquanto apenas 27 fundos se enquadravam nesse perfil no passado, esse número cresceu para 47 ao final do mês de março do ano em questão. 

Por isso, é necessário que todas as empresas compreendam seu papel social e criem estratégias capazes de desenvolver mecanismos relacionados ao ESG: Environmental, Social and Governance. Ou seja, a criação de práticas considerando os aspectos ambientais, sociais e de governança.

Essas práticas são bastante abrangentes e envolvem desde a não utilização de serviços ou produtos em desacordo com os critérios de sustentabilidade, utilização de energia limpa, tratamento adequado aos funcionários até práticas relacionadas à proteção de dados.

Para além da maior facilidade de angariação de investimentos, as práticas de ESG permitem que a empresa tenha maior rentabilidade e maiores índices de adesão de público. 

Podemos afirmar que as práticas de ESG são uma responsabilidade de todos os setores da empresa, incluindo tanto os funcionários quanto os líderes. No entanto, é igualmente necessário o envolvimento ativo dos escritórios de advocacia e dos departamentos jurídicos, uma vez que essas práticas envolvem questões diretamente relacionadas aos âmbitos de atuação do Direito.

Além disso, o departamento jurídico desempenha um papel importante no apoio à análise e elaboração das estruturas de investimento, como obtenção de participação societária, mútuo conversível em participação societária, debêntures conversíveis em participação societária, opção de compra e participação societária, bem como na elaboração de contratos de participação societária.

Assim, é inegável que as práticas de ESG estão se tornando cada vez mais relevantes no mundo dos negócios, impulsionando a captação de investimentos e o sucesso empresarial. O crescente interesse dos investidores por empresas sustentáveis e socialmente responsáveis destaca a importância de considerar os aspectos ambientais, sociais e de governança nas estratégias empresariais. O papel do departamento jurídico como parceiro estratégico na implementação de práticas de ESG e na mitigação de riscos é fundamental para garantir a conformidade legal e a criação de um ambiente empresarial sustentável e ético. A adoção de práticas de ESG não apenas contribui para um futuro melhor, mas também oferece oportunidades de crescimento e diferenciação no mercado.

Por Giovana Pace


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